Deitou-se no quarto escuro. A respiração pesada, sentia uma leve dor no peito e nas têmporas, o coração batia forte, mesmo que num ritmo normal. Respirou fundo, tentando se acalmar. Conseguiu, por pelo menos três segundos, até sua mente fervilhar com a lembrança dos minutos anteriores. TUM! TUM! TUM! – O coração acelerou. Ela segurando sua mão, aquela carícia desajeitada com o polegar causava arrepios. O contraste da temperatura, suas mãos eram quentes, as dela eram frias. A maciez do toque, a delicadeza e leveza com que ela tocava-lhe as linhas da mão, desenhando um coração imaginário no final. TUM! TUM! TUM! – Levou a mão ao peito. O olhar doce, ainda assim profundo, que ela lançava em direção aos seus, a maneira como ela piscava lentamente, fazendo o tempo correr devagar, e a cor? Eram azuis, quase certeza que eram verdes, mas talvez fossem castanhos. – Sorriu ao perceber que não se lembrava da cor, só lembrava da sensação de olhar naqueles olhos. TUM! TUM! TUM! – Sentiu um ...
Um coração que não sabe bater para um escritor que não sabe escrever