Existe o peixe e existe o anzol. O peixe segue sua vida normalmente, todos os dias, até ser fisgado. O anzol mutila e prende o peixe, que por sua vez tenta escapar, quanto mais ele tenta, mais ele se machuca, até ceder e ser puxado pelo anzol, sendo arrastado para o fim. Às vezes eu penso isso de nós dois. Eu sou como o peixe, você é como o anzol. Eu estava bem, até a hora em que você me fisgou. Você me puxa e eu te sigo, você me machuca e eu tento puxar. Quando eu tento me afastar de você, sou eu quem sai machucado, sou eu quem sinto a falta, a dor de lutar contra este sentimento dentro de mim. Você meio que não se importa, ou pelo menos não demonstra. Eu sou um pouco mais esperto que um peixe, não muita coisa. Eu sei que preciso lutar contra esse impulso de ser fisgado e nadar a favor, para tentar sentir menos dor, eu sei que preciso nadar contra você, para longe, tão longe quanto eu puder. Vai me machucar, vai dilacerar e me mutilar, mas vai cicatrizar. Juro que vou para...